sábado, 18 de dezembro de 2010

    Agradeço a Deus por todos os desafios que encontro, por todas as pessoas estúpidas que conheço, pelas vezes que me fizeram chorar, que fui ignorada, pelas palavras ásperas que ouvi, por todas as atitudes infelizes que testemunhei.

    Por que tudo me fez crescer, alimentou minha vontade de sonhar e me tornou alguém mais perseverante.

    Talvez a maior dificuldade do ser humano seja aceitar que retém em si mesmo as possibilidades de alcançar os próprios objetivos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

   
    Não me impressiona muito que alguém tenha tanta maldade no coração a ponto de criticar a bondade alheia. A maturidade é um presente do tempo, para que aprendamos a aceitar nossas fraquezas e compreendamos o quanto o ser humano é imprevisível. Em determinadas situações, podemos refletir inconformados, como é possível alguém agir de um modo que jamais agiríamos. E essas experiências nos fazem concluir que nesse mundo existem mais coisas do que nossa limitada consciência pode imaginar.
   
   Podemos nos sentir pequenos após depararmo-nos com situações que provocam nosso equilíbrio emocional. Se não é de nossa índole levar a vida no individualismo, na ganância, e ainda assim o mundo a nossa volta parece querer pender para esse lado, podemos nos perguntar se, na verdade, não estamos sendo tolos ao querer semear um pouco de caridade no terreno tortuoso da existência.
   
    Nesse ponto, quando nossa integridade é colocada à prova, somos incitados pelo mal a desistir de praticar o bem impulsionados pelo mais sublime dos sentimentos. E aí é que podemos nos dar conta, ou não, do grande mistério do amor ao próximo. Somente a fé em Deus pode ser capaz de abrir nossos olhos para escolhermos o que é justo e impedir que nos deixemos vencer pelos artifícios do mal.
   
    Quem sabe por isso tudo se fale tanto que amar é sofrer, que o amor é o sentimento mais difícil e menos romântico quando experimentado com a alma. Nem sempre somos fortes o bastante para permanecermos perseverantes em nossas atitudes de amor, pois nem sempre o alimentamos com a força da fé.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Quando eu era menina
Era princesa, era rainha
Fada e heroína.
Era imortal na ingenuidade.

Quando eu era menina
Corria livre naquela floresta distante...
Atravessava horizontes
nas asas de um pássaro qualquer.
Pegava carona de volta
com borboletas amarelas.

Tinha as próprias asas,
Mas, às vezes, preferia ser sereia.
Morava no fundo do mar
E fugia de repente para outro planeta.

Quando eu era menina,
Era dona do meu nariz
Até mamãe brigar.

Rabiscava nas paredes
Os desenhos mais artísticos do mundo
Usando apenas caneta esferográfica.

Construía castelos de areia
para boneco de plástico.
Quando não tinha areia,
Servia barro.

Catava conchinha,
Colecionava tampinha,
Caçava formiga;

Fazia banheira de bacia de alumínio
E milagres com um pouco de água e açúcar.
Perfume de flores,
Pra jogar fora depois.

Salvava o mundo
com espada de colher de pau.
Cantava a milhões
com microfone de amassar feijão,
E morria de vergonha quando alguém aparecia.

Usava vestido de camponesa
Corria de longo e pés descalços
Brincava de esconde-esconde
com príncipe encantado.
Podia.

Era grande e pequenina.
Quando eu era menina,
Era até menino.

sábado, 30 de outubro de 2010

   Mudando com o tempo

    A imagem de fundo desse blog foi tirada por mim na segunda vez que atravessei a Lagoa do Imaruí de lancha. Naquela época, nem imaginava que um dia iria depender desse transporte para poder fazer uma das coisas que mais amo.

    Praticamente todos os dias alguém se espanta com o fato de eu fazer essas viagens para trabalhar. Há tempos atrás até eu mesma me espantaria.

    Mas hoje, enquanto estou aqui na rádio trabalhando, numa tarde de sábado ensolarada, reafirmo a mim mesma que essa é apenas uma etapa da minha vida. Agradeço a Deus por ter condições de fazer isso, de ter um bom emprego, de ter o apoio das pessoas que amo.

    Como disse, houve um tempo em que eu mesma acharia que dá muito trabalho. Hora, quanto mais difícil o desafio mais prazerosa é a vitória! Como mostra aquele comercial de carro em que o rapaz troca de opinião todo instante, penso que todo mundo muda com o tempo, porque amadurece e tem novas experiências.

    Li hoje que nossa personalidade é moldada até os 30 anos. Depois disso, ela pode sofrer 10% de alteração! Portanto, enquanto estou aqui, à beira dos meus 24 anos, vou tentar me desafiar o máximo possível, para não lamentar o tempo perdido e viver intensamente. ;)

sábado, 16 de outubro de 2010


PÃO-POR-DEUS

    Houve um tempo em que o florescer do ipê era aguardado com ansiedade. A chegada dessa estação indicava que era época de aguçar a criatividade e fazer versos para as brincadeiras de pão-por-Deus. Através de cartõezinhos, geralmente em formato de coração, amigos e apaixonados trocavam alegria e amor.

    Não parece a toa que este período foi escolhido para lembrar o costume. Enquanto a exuberância das flores do ipê deixava as ruas mais agradáveis, as rimas do pão-por-Deus, humildemente, ajudavam a fortalecer amores e amizades. Ingenuamente, crianças e jovens apaixonados preservavam a cultura açoriana.

    Peço perdão aos amantes da nossa história pela ousadia de falar nesse assunto. Afinal, o pouco que sei sobre tradições como essa, foi o que ouvi da boca de alguns guerreiros com o rosto marcado pelo tempo. Sinto uma ponta de inveja de vocês, que viviam o amor romântico, mandando versinhos em formato de coração para as namoradas. E não me venham dizer, jovens leitoras desse blog, que não ficariam nas nuvens ao receber de seus amados versos como aqueles.

    Mais uma estação chega e o ipê floresce esperançoso. Enquanto nossos pequenos são estimulados a cultivar relacionamentos virtuais, ficando, assim, vulneráveis às frustrações.

    A luta pela preservação das nossas raízes tem sido abafada por aqueles que acreditam na existência de assuntos mais lucrativos. Será mais valoroso acabar com as formas de entretenimento da cultura açoriana? Quem sabe deve ser, já que para quem está no poder quando menos culto for o povo melhor. Claro, ninguém é obrigado a praticar a cultura, mas deve-se largar o preconceito às próprias origens.

sábado, 9 de outubro de 2010


    Tenho medo de que o tempo passe, a idade chegue, eu olhe para trás e descubra que não fiz o suficiente, que ainda existem muitas coisas para descobrir e viver.

    É estranho como sentimos necessidade de estar ocupados com o trabalho e com os estudos. Estranhamos quando paramos um tempo para descansar, ou quando não trabalhamos e estudamos tanto quanto antes.

    Essa sensação me preocupa, e lembra o quanto o ser humano é insatisfeito. Pessoas como eu, que vivem o trabalho, se entregam aos estudos e procuram fazer tudo com minuciosa responsabilidade, sempre sentem certo vazio quando tudo fica mais tranqüilo. Imaginamos que não estamos sendo úteis o bastante.

    Essa pode ser mais uma das consequências do mundo capitalista. Claro que eu amo ser consumista de vez enquanto! Aqui caberiam muitas discussões sobre o papel da mulher, seus novos interesses e tal. Mas talvez isso possa estar resultando nesses sentimentos.

    Nos preocupamos tanto em ter um bom emprego, em adquirir graus acadêmicos, viver confortavelmente, definir nosso espaço na sociedade que, quando tiramos férias ou diminui nosso turno de trabalho, sentimos que estamos perdendo tempo.

    Raramente resolvemos esse sentimento, pois somos moldados por aqueles que nos servem de referência a viver assim.

    Existe uma guerra da qual você só participa se quiser. Uma guerra sem muitos objetivos concretos, com conseqüências drásticas para o soldado e pouquíssimas perspectivas de ganho para o bem comum. Na maior parte dos casos é cada um por si, e dificilmente se teme a Deus. É a guerra particular por status.

    O mundo capitalista realmente nos fez dar insignificância às reuniões de família, às brincadeiras de criança... Afinal, qual o problema de passar horas cuidando de plantas, cozinhando, aprendendo artesanato, rezando, vendo o pôr do sol e tantas outras coisas que nos dão status espiritual?

    Às vezes é preciso ficar muito tempo fazendo as mesmas coisas, para entender a importância das coisas simples.

sábado, 2 de outubro de 2010


“ÀS VEZES PRECISO APENAS ME EMBRIAGAR DE SONHOS”

    Embriago-me com as músicas que não costumo ouvir. Viajo em lembranças que me fazem crescer, mas que ao mesmo tempo gostaria de não lembrá-las.

    Certas músicas, certas melodias, parecem sair tão puras das vozes e mãos de quem às compõem e cantam, que meu coração parece ficar em transe. Pode ser que se eu ouvisse essas músicas todo dia enjoasse. Mas que bom que neste instante não é assim!

    Gosto de passar momentos sozinha com a música e com a água do chuveiro. De preferência, caindo fria sobre meu corpo, para pensar sobre mim e relaxar.

    Não que eu saiba falar alguma língua estrangeira, nem que dê mais valor a outras culturas, mas é intrigante o jeito como me sinto atraída por algumas canções “importadas”. Talvez o fato de não entender o que eles estão falando e prestar atenção na melodia seja responsável por esse gosto.

    O costume às vezes nos faz pensar que determinadas coisas são sempre as melhores. Vou entrar na internet agora para ver se encontro alguma música brasileira de que gosto! E, obviamente, não vai ser nada do que a maioria das rádios costuma tocar.

    Alguém pode ficar impressionado pelo fato de eu apresentar um programa com músicas nem um pouco clássicas. Certa vez entrevistei uma cantora de MPB e ela disse, resumidamente, que o importante não é o ritmo, mas a arte.

    Cada um tem seu gosto, e o meu é bem peculiar. Ossos do ofício!!!















sexta-feira, 1 de outubro de 2010


A CULPA É DO POVO

   A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula é um manipulador. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não esteja no corrupto que foi o Collor, ou na farsa que vivemos hoje. O problema está em nós. Nós como povo! Nós como matéria prima de um país. Sabe por quê?
  
    Porque pertenço a um país onde a " esperteza" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar ou o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude, mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais [...].
     
    [...] Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito, e se beneficiar da impunidade é ser inteligente. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.


    [...] Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ainda mais aos que trabalham, e beneficiar só a alguns poucos privilegiados e comparsas nas falcatruas. 


    [...] Essa falta de qualidade humana, é muito mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, que nunca sabe de nada. Tudo isso é real e muito ruim, e entristece qualquer um que nasceu neste país! Porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não em outra parte... Não é de ficar triste?


    [...] Li o texto original de João Ubaldo Ribeiro e guardei. Esperei o tempo passar. Hoje decidi homenagear a este que é um dos maiores escritores brasileiros e pedir que ele me perdoe por ter acrescentado mais alguns dados que neste período de campanha acontecem. Sou palestrante, trabalho com conscientização e treinamento na área comportamental, e minha luta e esperança é que o ser humano melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido com o momento que de eleições que está se iniciando. 

(Enviado por Luiz Antônio Silva, palestrante da PHAROL RH.)

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A Lagoa do Imaruí nas palavras do pescador


   MAIS UMA NOITE VEM CHEGANDO. É HORA DE PEGAR A TARRAFA, BUSCAR O BARCO ENTRAR NA LAGOA. HORÁRIO PARA VOLTAR? NÃO TEM. ANTES DE IR , ENGOLE UM PUNHADO DE PIRÃO, TOMA UM GOLE DE CAFÉ, SE DESPEDE DA MULHER E DESCE O BARRANCO EM DIREÇÃO AO PORTO. O ESCURECER DA NOITE, QUE CAI AOS POUCOS, FAZ BROTAR UMA PONTA DE SAUDADE NO PEITO DO HOMEM DE CALÇAS DOBRADAS.

   PONTOS DE LUZ INDICAM QUE ALGUNS COMPANHEIROS JÁ ESTÃO NA ÁGUA. SÃO BATERIAS E LIQUINHOS QUE ILUMINAM A LAGOA DO IMARUÍ PARA A PESCA DO CAMARÃO. ANTIGAMENTE, NUMA NOITE COMO ESSA, NÃO SE SABIA DIZER O QUE ERA CÉU E O QUE ERA MAR. MAL DARIA PARA DISTINGUIR A CLARIDADE VINDA DA CANOA DO REFLEXO DAS ESTRELAS. PARA QUEM A VIDA INTEIRA SÓ SOUBE PESCAR, A ESCASSEZ DOS PEIXES É UMA PREOCUPAÇÃO QUE NÃO SAI DA CABEÇA.

UMA VIDA DE LUTAS

   “Bom era o tempo que a gente pescava com tarrafa de tucum", comenta Seu Debá com um parceiro. Pescador desde criança, Aderbal Vasconcelos Silveira, 58 anos, o Seu Debá, traz na lembrança os dias em que bastava uma tarrafada de cima das pedras para garantir o almoço e a janta da família inteira. E às vezes ainda sobrava para o outro dia.

   Naquela época os pais dele, Seu Gercino e Dona Adelícia, sustentavam os seis filhos exclusivamente com a pesca e a lavoura. As tarefas eram divididas. Para que não faltasse alimento, enquanto umas crianças saíam com os pais para a roça, outras tomavam conta da casa e buscavam lenha.

   As tarrafas eram confeccionadas com a palha do tucum, uma palmeira encontrada no interior de Imaruí. O material era desfiado nas chamadas roda de fuso por mulheres pagas especialmente para esse trabalho. Com a malha nas mãos, ainda menino, ele saía de casa para pegar camarão na praia, como os pescadores chamam a orla da lagoa.

   Mesmo com medo de ser flagrado pela fiscalização, era preciso arriscar. No tempo em que só era permitido tirar carteira profissional após os dezoitos anos, a obediência aos pais tinha um peso maior. Se não pescasse, ficaria sem comer.


Aderbal Vasconcelos Silveira é pescador aposentado e mora na comunidade Praia do Lessa, em Imaruí

TEMPOS DE FARTURA

   Houve uma época na Lagoa do Imaruí que os pescadores "faziam espera". Eles se reuniam em grupos, compostos por cerca de 10 homens, e saíam para "o mar". As canoas cercavam os cardumes e esperavam o momento oportuno para lançar as redes.

   De vez em quando recebiam uma ajudinha dos botos, que naquele tempo apareciam freqüentemente na lagoa. Com as embarcações abarrotadas os homens voltavam para o porto anunciando aos moradores que estavam chegando. Usavam uma aspa de boi para emitir um barulho e alertar. "Chegava na praia buzinando e distribuía o peixe pra mulher, criança, gente que vinha de carroça comprá".

   Montes de peixes eram formados embaixo das figueiras para distribuir ao povo. Em tempo de pesca farta os homens passavam as noites em ranchos na beira da lagoa para não precisar ir em casa e aproveitar mais o tempo pescando. Um dos locais lembrados pelo pescador é o rancho da Roça Grande, em Imbituba. "Ah, parava um monte de gente, a gente ria muito".

   Os compradores, geralmente donos de salga, galpões onde os frutos do mar eram preparados, situavam-se em pontos estratégicos para adquirir o pescado. Alguns percorriam a lagoa de canoa para comprar camarão e peixe fresquinho e levar para vender. O produto também era entregue aos atravessadores que distribuíam para as grandes cidades.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Você é bonzinho?

     Recebi esse e-mail, muito interessante, sobre os três tipos de funcionários de uma empresa.Penso que as pessoas que se encaixam nesses perfis não são assim apenas no local de trabalho, mas em tudo na vida.
    
     Sou jovem, pode parecer que me sinto madura o suficiente, mas tenho consciência de que tenho muito ainda que crescer.


     Confesso que fui “boazinha” durante muito tempo, nos meus empregos e na vida pessoal. Mas na medida em que percebi a importância de questionar, de aprimorar meus argumentos, tenho me tornado uma mulher mais segura.

Um covarde geralmente ILUDE... sendo bonzinho!!!! Ziedja Ramos

"Existem três tipos de funcionários numa empresa: o ruim, o bom, e o bonzinho. Mais dias, menos dias o ruim vai embora, o bom é promovido, sobe na empresa, e o bonzinho continua no mesmo lugar. O bonzinho é simpático, colaborador, e até competente. Então porque ele não deslancha?... o que há de errado nele?... É que ele não tem o perfil da empresa, não é agressivo, não tem espírito de liderança, não faz a diferença no meio onde atua".

Cinco características do Bonzinho:

1) O bonzinho é bom ouvinte: marca sempre sua presença fisicamente, mas não abre a boca , evitando sempre de dar palpite.

2) Concorda com tudo: Está sempre fazendo um gesto positivo com a cabeça, concordando com tudo, principalmente com aquilo que ele não concorda.

3) Não desafia: porque não gosta de discórdia, evita todo tipo de conflitos, para ele o empate é ótimo resultado.

4) Nunca desabafa: mesmo quando ele está uma fera por dentro, fica estático, como se fosse um manequim de loja.

5) Detesta aparecer: nos momentos em que ele precisa matar um dragão para aparecer na empresa, ele prefere esperar que o dragão morra de velho, não aproveita a chance.

Por isso tudo, o bonzinho é o melhor para os colegas e para alguns chefes. Todos querem vê-lo onde está. E ele vai ficando... Vítima de sua própria acomodação e do egoísmo geral!

(Enviado por Luiz Antonio Silva, Capacitador da Pharol-RH)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Desafio Diário

Em dias de vento forte, minha família sempre se preocupa. Preciso sair do serviço, pegar um barco, e atravessar a lagoa agitada até o lugar onde moro. Sorte que amo o que faço, o que recompensa o esforço.

No início tive muito medo, natural para quem muda de rotina radicalmente. Imagine, uma jovem atravessar a Lagoa do Imaruí, pegar um ônibus, enfrentar uma estrada de chão, outra de asfalto, para chegar ao trabalho. Tudo leva cerca de uma hora e quinze minutos.

Tenho consciência de que isso não é nada comparado à luta diária de muitas pessoas pelo mundo à fora. Mesmo odiando o que fazem, elas enfrentam coisas bem piores para sustentar a família e sentirem-se úteis.

Ao contrário de alguns, que encontram dificuldades em tudo na vida. Vivem, ou existem, e morrem na acomodação. Como se possuíssem uma venda nos olhos, ou os pés e as mãos amarrados, pessoas assim dificilmente encontram coragem dentro de si mesmas.

Todos têm medos. Alguns mais, outros menos. Alguns têm medos diferentes, outros só descobrem um medo quando se deparam com situações novas, enfim. Mas poucos descobrem o poder da superação de um medo, e o quanto essa sensação pode nos encorajar e nos tornar mais maduros.

Sabemos que existem medos e "medos". O medo de inovar é um dos que exigem mais sacrifício. Superá-lo deve ser um exercício diário. Embora na maioria das vezes, só percebemos e aceitamos esse desafio quando somos obrigados a enfrentá-lo para alcançar alguma coisa essencial ao nosso bem estar.

É como estar feliz com o emprego e ter que encarar uma lancha todo dia. Faça frio, faça vento, é importante trabalhar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Senhor, que eu possa me permitir compreender o seu tempo. Que eu tenha paciência, força, coragem, ânimo, compaixão, equilíbrio e fé. Para transformar cada obstáculo em vitória, cada falha em aprendizado, cada decepção em sensatez, e a distância em alimento para a minha perseverança. Amém.

sábado, 4 de setembro de 2010

Amor para revelar

Não sei o que estais fazendo agora.
Não sei o que pensas,
Nem sei o que queres.
Sei apenas que muito pouco sei.

Sei que és estranho
Com seus sentimentos estranhos
Seus medos reservados
Seu silêncio invejável e agonizante.

O que queres tu de mim?
Com esse seu jeito angustiante
De se fechar pro mundo
E se entregar ao fundo?

Não sei da sua estratégia.
Nem sei...
Mas sei que és intrigante
E perverso.

O que queres tu de mim?
Um corpo para perder a calma?
Um sopro para inspirar a alma?
Um amor para revelar sua humanidade?

Ou queres se divertir com a minha busca
E se alimentar da minha fragilidade?
Aprisionar-me nesse seu enigma peculiar,
Aproveitar-se de meus momentos de submissão
E exaltar-se por domar os meus segredos?

Sei que muito pouco sei.
E do pouco que sei
Pouco sei, ou pouco posso,
Aproveitar a meu favor.

Estou presa ao seu mundo
Sem ao menos pertencê-lo.
Sou uma reviravolta,
Um emaranhado de sangue,
Coração, mãos e mente.

Meu peito está em fúria
Procuro a lógica dos fatos
Incomoda a percepção da sua indiferença
Mas tudo isso acontece em mim.

No fim das contas,
Nada mais sou
Além de um ser apaixonado.

sábado, 28 de agosto de 2010

Nem Cristo agradou a todos. E Ele, melhor do que ninguém, sente o quanto é doloroso amar incondicionalmente e nunca ser reconhecido. Na verdade, Ele sente compaixão. Pena que nós, humanos, nem sempre temos a mesma habilidade. Sofremos quando as pessoas que amamos, ao invés de agradecerem ou parabenizarem nossas demonstrações de carinho, de solidariedade, são rudes e cobradoras.

Isso não significa ser egoísta. Só faz o bem plenamente quem nunca espera nada em troca. Mas é doloroso saber que, apesar de todo o nosso esforço, as pessoas que amamos nunca estão contentes. Quem sabe essa seja apenas uma estratégia para que continuemos nos esforçando, vivendo com dignidade, determinação, integridade e respeito. Mas será mesmo que essa é a melhor maneira de incentivar alguém?

Entenderam agora o que quis dizer com “não ser egoísta”? É melhor ficar sem um “muito obrigado” do que ouvir palavras ríspidas e demonstrações de ingratidão. Precisamos ser muito fortes, manter o controle e refletir, porque essas coisas nos passam a impressão de que a pessoa quer realmente nos humilhar e enfraquecer, mesmo sendo alguém importante na nossa vida.

O mundo está repleto de pessoas carentes, precisando de uma palavra amiga, um abraço, uma demonstração de que são importantes. O problema é que, às vezes, essas pessoas se fecham em seus mundos e pensam, erradamente, que os outros são egoístas, quando na verdade querem apenas espalhar um pouco de luz.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amor, o sentimento menos romântico

    Quem não acredita no amor é quem não se dedica a amar. Amar é uma das coisas mais difíceis que existe, porque exige total entrega de quem ama. O mundo cada vez mais materialista e individualista em que vivemos é uma das consequências da falta de amor. E isso não diz respeito apenas ao amor romântico, entre homens e mulheres. Mas também entre filhos e pais, entre amigos, o amor por ajudar os outros, pelo emprego, enfim.

    As pessoas que já se apaixonaram devem saber o quanto é difícil passar da fase da paixão e se deparar com uma pessoa cheia de defeitos, qualidades e objetivos muito diferentes. Somente depois que a paixão passa é que começamos a refletir sobre as vantagens e desvantagens de seguir a vida ao lado de um estranho. Afinal, somos todos diferentes.

    Podemos ter um ou outro interesse em comum, mas crescemos e fomos criados em famílias, épocas, escolas diferentes. Resta-nos ter sensibilidade, ou deixar a sensibilidade fluir, para saber se a felicidade do outro é o que vai importar quando a paixão acaba.

    Mas, como somos diferentes, sabemos que nem todos têm coragem de arriscar e se entregar completamente, confiar nas possibilidades do amor, mesmo que isso signifique sofrer. Quem ama de verdade sente no fundo do coração e na alma, que apesar de todo o sofrimento, no fim das contas, é muito belo e sublime partilhar a nossa vida com quem ou com o que amamos. Pois, como aprendemos desde criança, o amor é doação.

    Talvez o amor seja um dos sentimentos menos românticos que existem. A paixão é romântica. O amor é descoberto nos momentos mais difíceis, e é diante da dor que ele floresce. Se você ama, se você se permite amar e ser amado, consegue superar todas as provações.

sábado, 7 de agosto de 2010

A culpa é nossa

Sempre recebo e-mails do Biopsicólogo Luiz Antonio Silva , que é palestrante da PHAROL RH. Achei esse muito interessante, é sobre o sistema político. Mesmo que você já tenha decidido seus candidatos, dê uma lida.

“Eu vou responder como pensa João Ubaldo Ribeiro: a culpa é nossa. A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula é um manipulador. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada.

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não esteja no corrupto que foi o Collor, ou na farsa que vivemos hoje. Repito: o problema está em nós. Nós como povo! Nós como matéria prima de um país. Sabe porque?

Porque pertenço a um país onde a " esperteza" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar ou o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude, mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. [...]

Pertenço a um país onde as empresas privadas são "papelarias particulares" de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos.

[...] Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito, e se beneficiar da impunidade é ser inteligente. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

[...] Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ainda mais aos que trabalham, e beneficiar só a alguns poucos privilegiados e comparsas nas falcatruas.

[...] Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.

[...] Essa falta de qualidade humana, é muito mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, que nunca sabe de nada. Tudo isso é real e muito ruim, e entristece qualquer um que nasceu neste país! Porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não em outra parte... Não é de ficar triste?

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como nação, aí a coisa muda... É o que está acontecendo com o bolsa-família, um programa que até agora é sinônimo de assistencialismo, sem estímulo à evolução da família beneficiada, aumentando ainda mais nossa "materia prima defeituosa". E quem não acreditar, faça como eu, vá para a fila do banco no dia em que eles recebem, e ficará pasmo com as conversas que ouvirá dos beneficiados.

[...] Li o texto original de João Ubaldo e guardei. Esperei o tempo passar. Hoje decidi homenagear a este que é um dos maiores escritores brasileiros e pedir que ele me perdoe por ter acrescentado mais alguns dados que neste período de campanha acontecem. Sou palestrante, trabalho com conscientização e treinamento na área comportamental, e minha luta e esperança é que o ser humano melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido com o momento que de eleições que está se iniciando.

[...] Neste fim de semana, quando o carro de som de algum político passar exaltando as qualidades do candidato, lembre-se deste texto”.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Indo trabalhar de lancha: na foto estamos Elizângela Berto de Oliveira e eu. Não foi nossa melhor pose, mas deu pra visualizar bem a Lagoa do Imaruí ao fundo. O dia também ajudou bastante, estava maravilhoso! Pena que não tenho fotos em dia de vento forte para mostrar como é uma aventura!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Corrigindo imperfeições

Quando as coisas não saem do modo como planejou, você se irrita”. Se a vida fosse mais fácil, poderíamos entrar nas nossas configurações e mudar as qualidades ou os defeitos que nos afastam das pessoas que amamos. Mas penso que, se isso fosse possível, outras qualidades e outros defeitos surgiriam e ficaríamos loucos tentando alcançar a perfeição.

Ufa! Que bom que não é assim! Acontece que nem sempre as pessoas se permitem pensar dessa forma. E nós, como simples mortais, continuamos a nos sacrificar quando percebemos as pessoas que
amamos ponderando nossos defeitos.

Aquela frase não foi retirada de nenhuma obra literária. Eu mesma ouvi de alguém que me conhece. E revela uma verdade, que talvez muitas pessoas se identifiquem. Imaginem que enquanto estava escrevendo sobre esse assunto tentei salvar a página do word com o mouse. Mas o mouse deu clique duplo, ou triplo, sei lá. Só sei que a página fechou antes que eu a salvasse.

Apesar de o texto estar no primeiro parágrafo, me irritei. Mas no instante seguinte lembrei o que pretendia escrever. E a raiva passou. Afinal, não aconteceu do modo como eu estava planejando. As palavras se perderam em algum lugar no espaço. Mas pensei que talvez Deus, ou algum de seus anjos, estivesse aqui do meu lado, me testando.

Nesse caso deu certo. Controlei minha irritabilidade. Agora, resta a parte mais desafiadora, e portanto, mais disciplinante: Praticar. Tentar controlar a insatisfação diante de algo que não deu certo na vida pessoal. Para ser mais clara, não levar a vida tão a sério. Não ser tão detalhista.

Por que temos sempre que seguir um plano? Não quero dizer que não podemos sonhar, ter objetivos. Mas que devemos ser menos duros e exigentes com nossos próprios desejos, nossos corações, nossas emoções. Nem sempre as coisas saem do jeito que queríamos, e isso não é um pretexto para ficarmos irritados, mas para ver o mundo com outro olhar. Quem sabe começar de novo e aprender o que talvez não teríamos aprendido se algo não saísse “errado”.

É uma batalha contra nós mesmos. Às vezes, contra determinados valores que os outros nos impuseram e que, na realidade, não nos fazem felizes. Os defeitos, as derrotas, é que nos tornam humanos. O que não quer dizer que podemos ser rudes com os outros, nem fazê-los sofrer. Temos todo o direito sim, de nos irritar com a corrupção, com a injustiça, com a forma de governo, enfim. Mas provocar a tristeza nos outros para satisfazer caprichos, é covardia.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Momentos de contemplação

“Precisamos ter consciência de cada minuto, saber aproveitá-lo naquilo que estamos fazendo ou apenas na contemplação da vida”. Li essa frase hoje num dos depoimentos do livro A Bruxa de Portobello, de Paulo Coelho. Fazia anos que não lia uma obra desse autor, mas o livro estava guardado em uma das minhas gavetas há tanto tempo...

Certa vez uma pessoa muito ligada a mim disse que não gostava desse autor. Não explicou por que. Odeio isso, mas ainda assim fiquei receosa. E como não se pode gostar ou criticar o que não conhecemos, resolvi dar vida ao livro esquecido e deixar de ser menos influenciável pela opinião alheia.

Não gostei do livro. Mas gostei de alguns trechos. Como sempre, os livros de Paulo Coelho são repletos de frases de otimismo, espirituais, que remetem à meditação. Talvez seja por isso que uma pessoa, que se diz toda racional e realista, não goste deles. O trecho que escolhi para “refletir” tem muito a ver com as técnicas inconscientes que utilizo para vir trabalhar.


Bem, nem tão inconscientes. A cada dia que passa me dou cada vez mais conta delas. É um processo natural. Afinal, muita gente que talvez não tenha o menor bom senso, ou o senso muito comum, se espanta com fato de uma mulher jovem viajar por terra e por mar, enfrentar ventos fortes e estradas cheias de poeira e buraco para trabalhar.

Procuro não me influenciar por essas pessoas. Procuro, mas isso não quer dizer que é fácil. Travo uma batalha contra mim mesma para não começar a pensar duas vezes e usar o bom senso. Principalmente porque a frase que mais ouço é “Você não tem medo?” ou “Ah, eu não sei como você aguenta!” Em determinados momentos preciso de controle para não me deixar influenciar por essas frases cheias de espanto e condenação.

Acredito que os momentos em que viajo são excelentes para a “contemplação da vida”. Poucos têm o privilégio de olhar o mar de perto todos os dias e tentar entender o que ele quer nos ensinar. Pode estar calmo e radiante como o olhar dos apaixonados tocado pela luz do sol, áspero como a pele de um idoso vista bem de perto, revolto como as pinceladas fortes de um pintor surrealista.

A capacidade de contemplar a natureza faz você esquecer o medo e o cansaço. Deve ser um exercício diário. E essa é a melhor maneira de enfrentar os desafios e transformar cada dia em um dia único. Por mais que as coisas sejam iguais.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Ensaio sobre a Tristeza

Dizem que é quando você está triste que as melhores inspirações aparecem. Ok. Resolvi escrever para ver se fico mais animada. Dizem que papel aceita tudo. Neste caso, página HTML aceita tudo. Que fique bem claro, sou do tipo de pessoa que acredita que a vida é muito curta para perder tempo com tristeza. Na verdade, eu nem sei o que é tristeza mesmo.
Tristeza é uma mãe ouvir um filho reclamar de fome e não ter nada para comer. Tristeza é perder a pessoa amada num grave acidente, quando vocês tinham planos maravilhosos para viver juntos para sempre. Talvez existam vários tipos de tristeza, da mesma forma que existem vários tipos de alegria. O fato é que o ser humano nunca está contente com nada. Sempre tem um vazio precisando ser preenchido.
E qual é o meu vazio? Ah, eu gostaria de ficar com essa reflexão só para mim. Posso estar precisando disso mesmo. Aliás, penso que toda a humanidade está precisando refletir, meditar mais. Gostaria de poder me ver durante um dia para saber se eu mesma me aturaria! Todo mundo tem problemas e sem eles a vida não teria graça. Precisamos dos problemas para resolver e aprender a viver.
Mas, o problema, é que tem gente que não percebe isso e encara a vida como se ela fosse sempre um grande tormento. Nada presta, tudo sai errado, tudo é castigo. Deve ser por isso que estou desanimada. Pode ser TPM também, mas isso não vem ao caso!!! Conheço pessoas que se perguntam “O que foi que eu fiz para merecer isso?” ou falam “Vou largar tudo de vez, não quero nem saber”. E então sofrem mais ainda. Tudo que acontece na vida é consequência de alguma coisa. Nós não sofremos em vão.
O sofrimento nos torna mais maduros, mais sensatos e nos faz pensar mais antes de falar. Nem todo mundo encara desse jeito porque nem todo sofrimento é igual. A mensagem de conforto, de otimismo, não deve ficar calada. Mas a força de que precisamos não vem dos outros, como muita gente espera. Vem de nós mesmos, está aqui dentro esperando despertar.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Preparando os tomates

Às vezes fico imaginando o que seria de mim hoje se algumas pessoas não tivessem me incentivado a continuar os estudos. Fico aliviada, e ao mesmo tempo inconformada, por lembrar que a maior parte desses incentivadores não é do meu município ou cresceu em outra cidade. Algo que me marcou muito foi quando a coordenadora do curso de Jornalismo perguntou durante a aula como que nós, alunos, começamos a gostar de ler. Fui a única que contou uma história diferente. Comecei a gostar de ler depois que uma menina veio da Capital para estudar na minha sala e nos tornamos amigas. Ficava admirada com as coisas que ela sabia e eu nunca havia ouvido falar! O que me deixa mais triste é me dar conta de que precisei ir embora para abrir a mente e começar a ver o mundo com outras lentes. E ainda que, em certas circunstâncias, você é mais valorizado lá fora. E quando volta, encontra a cidade do mesmo jeito que há cinco, dez anos atrás. Alguns dizem que ela nunca muda. Tem até comunidade no orkut, “Apesar de tudo, eu amo Imaruí”, “Imaruí: nasci, cresci e fugi”!!! E pensar que ficávamos felizes quando chovia e o ônibus não podia trazer quem morava no interior. Todo mundo, inclusive os alunos do Centro, perdiam aula.
Agora, com a desordem da nucleação das escolas, me pergunto quantos talentos ficarão pelo caminho, isolados, esperando que alguém venha e diga “arranja um emprego fora bobo, aqui tu não tem futuro”. Afinal, se com os alunos do município já é assim, i.ma.gi.ne com os universitários... Corajosos que mantêm um único ônibus, arriscam a vida na estrada, e se permitem conhecer um
universo de coisas. Vou preparar os tomates para atirar no
primeiro que for para o palanque e dizer “não vamos deixar nossos jovens irem embora”.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha Voz

Minha voz é minha cruz e minha espada.
Minha força e minha fraqueza.
Minha qualidade e meu defeito.
Minha voz é minha sobrevivência, que me mantêm íntegra e imponente diante da arrogância dos homens.
É meu carma, espelho das minhas escolhas,
que expõe meus erros e me faz pequena.
É medo, que revela minha insegurança e desequilíbrio.
E ao mesmo tempo, coragem, que incentiva minha garra e determinação.
É acalento de uns e tormento de outros.
É inspiração da paz e ímã da cólera.
Minha voz é carícia para os tímpanos, sedução para a carne
e conforto para o coração.
E num lapso de fúria, é massacre da alma.
Minha voz, meu refúgio e meu escudo.
Minha ingenuidade e minha audácia.
Fronteira entre meu ânimo e minha depressão.
Layse R.C. 13/07/10