terça-feira, 27 de julho de 2010

Ensaio sobre a Tristeza

Dizem que é quando você está triste que as melhores inspirações aparecem. Ok. Resolvi escrever para ver se fico mais animada. Dizem que papel aceita tudo. Neste caso, página HTML aceita tudo. Que fique bem claro, sou do tipo de pessoa que acredita que a vida é muito curta para perder tempo com tristeza. Na verdade, eu nem sei o que é tristeza mesmo.
Tristeza é uma mãe ouvir um filho reclamar de fome e não ter nada para comer. Tristeza é perder a pessoa amada num grave acidente, quando vocês tinham planos maravilhosos para viver juntos para sempre. Talvez existam vários tipos de tristeza, da mesma forma que existem vários tipos de alegria. O fato é que o ser humano nunca está contente com nada. Sempre tem um vazio precisando ser preenchido.
E qual é o meu vazio? Ah, eu gostaria de ficar com essa reflexão só para mim. Posso estar precisando disso mesmo. Aliás, penso que toda a humanidade está precisando refletir, meditar mais. Gostaria de poder me ver durante um dia para saber se eu mesma me aturaria! Todo mundo tem problemas e sem eles a vida não teria graça. Precisamos dos problemas para resolver e aprender a viver.
Mas, o problema, é que tem gente que não percebe isso e encara a vida como se ela fosse sempre um grande tormento. Nada presta, tudo sai errado, tudo é castigo. Deve ser por isso que estou desanimada. Pode ser TPM também, mas isso não vem ao caso!!! Conheço pessoas que se perguntam “O que foi que eu fiz para merecer isso?” ou falam “Vou largar tudo de vez, não quero nem saber”. E então sofrem mais ainda. Tudo que acontece na vida é consequência de alguma coisa. Nós não sofremos em vão.
O sofrimento nos torna mais maduros, mais sensatos e nos faz pensar mais antes de falar. Nem todo mundo encara desse jeito porque nem todo sofrimento é igual. A mensagem de conforto, de otimismo, não deve ficar calada. Mas a força de que precisamos não vem dos outros, como muita gente espera. Vem de nós mesmos, está aqui dentro esperando despertar.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Preparando os tomates

Às vezes fico imaginando o que seria de mim hoje se algumas pessoas não tivessem me incentivado a continuar os estudos. Fico aliviada, e ao mesmo tempo inconformada, por lembrar que a maior parte desses incentivadores não é do meu município ou cresceu em outra cidade. Algo que me marcou muito foi quando a coordenadora do curso de Jornalismo perguntou durante a aula como que nós, alunos, começamos a gostar de ler. Fui a única que contou uma história diferente. Comecei a gostar de ler depois que uma menina veio da Capital para estudar na minha sala e nos tornamos amigas. Ficava admirada com as coisas que ela sabia e eu nunca havia ouvido falar! O que me deixa mais triste é me dar conta de que precisei ir embora para abrir a mente e começar a ver o mundo com outras lentes. E ainda que, em certas circunstâncias, você é mais valorizado lá fora. E quando volta, encontra a cidade do mesmo jeito que há cinco, dez anos atrás. Alguns dizem que ela nunca muda. Tem até comunidade no orkut, “Apesar de tudo, eu amo Imaruí”, “Imaruí: nasci, cresci e fugi”!!! E pensar que ficávamos felizes quando chovia e o ônibus não podia trazer quem morava no interior. Todo mundo, inclusive os alunos do Centro, perdiam aula.
Agora, com a desordem da nucleação das escolas, me pergunto quantos talentos ficarão pelo caminho, isolados, esperando que alguém venha e diga “arranja um emprego fora bobo, aqui tu não tem futuro”. Afinal, se com os alunos do município já é assim, i.ma.gi.ne com os universitários... Corajosos que mantêm um único ônibus, arriscam a vida na estrada, e se permitem conhecer um
universo de coisas. Vou preparar os tomates para atirar no
primeiro que for para o palanque e dizer “não vamos deixar nossos jovens irem embora”.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha Voz

Minha voz é minha cruz e minha espada.
Minha força e minha fraqueza.
Minha qualidade e meu defeito.
Minha voz é minha sobrevivência, que me mantêm íntegra e imponente diante da arrogância dos homens.
É meu carma, espelho das minhas escolhas,
que expõe meus erros e me faz pequena.
É medo, que revela minha insegurança e desequilíbrio.
E ao mesmo tempo, coragem, que incentiva minha garra e determinação.
É acalento de uns e tormento de outros.
É inspiração da paz e ímã da cólera.
Minha voz é carícia para os tímpanos, sedução para a carne
e conforto para o coração.
E num lapso de fúria, é massacre da alma.
Minha voz, meu refúgio e meu escudo.
Minha ingenuidade e minha audácia.
Fronteira entre meu ânimo e minha depressão.
Layse R.C. 13/07/10