sábado, 28 de agosto de 2010

Nem Cristo agradou a todos. E Ele, melhor do que ninguém, sente o quanto é doloroso amar incondicionalmente e nunca ser reconhecido. Na verdade, Ele sente compaixão. Pena que nós, humanos, nem sempre temos a mesma habilidade. Sofremos quando as pessoas que amamos, ao invés de agradecerem ou parabenizarem nossas demonstrações de carinho, de solidariedade, são rudes e cobradoras.

Isso não significa ser egoísta. Só faz o bem plenamente quem nunca espera nada em troca. Mas é doloroso saber que, apesar de todo o nosso esforço, as pessoas que amamos nunca estão contentes. Quem sabe essa seja apenas uma estratégia para que continuemos nos esforçando, vivendo com dignidade, determinação, integridade e respeito. Mas será mesmo que essa é a melhor maneira de incentivar alguém?

Entenderam agora o que quis dizer com “não ser egoísta”? É melhor ficar sem um “muito obrigado” do que ouvir palavras ríspidas e demonstrações de ingratidão. Precisamos ser muito fortes, manter o controle e refletir, porque essas coisas nos passam a impressão de que a pessoa quer realmente nos humilhar e enfraquecer, mesmo sendo alguém importante na nossa vida.

O mundo está repleto de pessoas carentes, precisando de uma palavra amiga, um abraço, uma demonstração de que são importantes. O problema é que, às vezes, essas pessoas se fecham em seus mundos e pensam, erradamente, que os outros são egoístas, quando na verdade querem apenas espalhar um pouco de luz.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amor, o sentimento menos romântico

    Quem não acredita no amor é quem não se dedica a amar. Amar é uma das coisas mais difíceis que existe, porque exige total entrega de quem ama. O mundo cada vez mais materialista e individualista em que vivemos é uma das consequências da falta de amor. E isso não diz respeito apenas ao amor romântico, entre homens e mulheres. Mas também entre filhos e pais, entre amigos, o amor por ajudar os outros, pelo emprego, enfim.

    As pessoas que já se apaixonaram devem saber o quanto é difícil passar da fase da paixão e se deparar com uma pessoa cheia de defeitos, qualidades e objetivos muito diferentes. Somente depois que a paixão passa é que começamos a refletir sobre as vantagens e desvantagens de seguir a vida ao lado de um estranho. Afinal, somos todos diferentes.

    Podemos ter um ou outro interesse em comum, mas crescemos e fomos criados em famílias, épocas, escolas diferentes. Resta-nos ter sensibilidade, ou deixar a sensibilidade fluir, para saber se a felicidade do outro é o que vai importar quando a paixão acaba.

    Mas, como somos diferentes, sabemos que nem todos têm coragem de arriscar e se entregar completamente, confiar nas possibilidades do amor, mesmo que isso signifique sofrer. Quem ama de verdade sente no fundo do coração e na alma, que apesar de todo o sofrimento, no fim das contas, é muito belo e sublime partilhar a nossa vida com quem ou com o que amamos. Pois, como aprendemos desde criança, o amor é doação.

    Talvez o amor seja um dos sentimentos menos românticos que existem. A paixão é romântica. O amor é descoberto nos momentos mais difíceis, e é diante da dor que ele floresce. Se você ama, se você se permite amar e ser amado, consegue superar todas as provações.

sábado, 7 de agosto de 2010

A culpa é nossa

Sempre recebo e-mails do Biopsicólogo Luiz Antonio Silva , que é palestrante da PHAROL RH. Achei esse muito interessante, é sobre o sistema político. Mesmo que você já tenha decidido seus candidatos, dê uma lida.

“Eu vou responder como pensa João Ubaldo Ribeiro: a culpa é nossa. A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula é um manipulador. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada.

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não esteja no corrupto que foi o Collor, ou na farsa que vivemos hoje. Repito: o problema está em nós. Nós como povo! Nós como matéria prima de um país. Sabe porque?

Porque pertenço a um país onde a " esperteza" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar ou o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude, mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. [...]

Pertenço a um país onde as empresas privadas são "papelarias particulares" de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos.

[...] Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito, e se beneficiar da impunidade é ser inteligente. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

[...] Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ainda mais aos que trabalham, e beneficiar só a alguns poucos privilegiados e comparsas nas falcatruas.

[...] Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.

[...] Essa falta de qualidade humana, é muito mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, que nunca sabe de nada. Tudo isso é real e muito ruim, e entristece qualquer um que nasceu neste país! Porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não em outra parte... Não é de ficar triste?

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como nação, aí a coisa muda... É o que está acontecendo com o bolsa-família, um programa que até agora é sinônimo de assistencialismo, sem estímulo à evolução da família beneficiada, aumentando ainda mais nossa "materia prima defeituosa". E quem não acreditar, faça como eu, vá para a fila do banco no dia em que eles recebem, e ficará pasmo com as conversas que ouvirá dos beneficiados.

[...] Li o texto original de João Ubaldo e guardei. Esperei o tempo passar. Hoje decidi homenagear a este que é um dos maiores escritores brasileiros e pedir que ele me perdoe por ter acrescentado mais alguns dados que neste período de campanha acontecem. Sou palestrante, trabalho com conscientização e treinamento na área comportamental, e minha luta e esperança é que o ser humano melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido com o momento que de eleições que está se iniciando.

[...] Neste fim de semana, quando o carro de som de algum político passar exaltando as qualidades do candidato, lembre-se deste texto”.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Indo trabalhar de lancha: na foto estamos Elizângela Berto de Oliveira e eu. Não foi nossa melhor pose, mas deu pra visualizar bem a Lagoa do Imaruí ao fundo. O dia também ajudou bastante, estava maravilhoso! Pena que não tenho fotos em dia de vento forte para mostrar como é uma aventura!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Corrigindo imperfeições

Quando as coisas não saem do modo como planejou, você se irrita”. Se a vida fosse mais fácil, poderíamos entrar nas nossas configurações e mudar as qualidades ou os defeitos que nos afastam das pessoas que amamos. Mas penso que, se isso fosse possível, outras qualidades e outros defeitos surgiriam e ficaríamos loucos tentando alcançar a perfeição.

Ufa! Que bom que não é assim! Acontece que nem sempre as pessoas se permitem pensar dessa forma. E nós, como simples mortais, continuamos a nos sacrificar quando percebemos as pessoas que
amamos ponderando nossos defeitos.

Aquela frase não foi retirada de nenhuma obra literária. Eu mesma ouvi de alguém que me conhece. E revela uma verdade, que talvez muitas pessoas se identifiquem. Imaginem que enquanto estava escrevendo sobre esse assunto tentei salvar a página do word com o mouse. Mas o mouse deu clique duplo, ou triplo, sei lá. Só sei que a página fechou antes que eu a salvasse.

Apesar de o texto estar no primeiro parágrafo, me irritei. Mas no instante seguinte lembrei o que pretendia escrever. E a raiva passou. Afinal, não aconteceu do modo como eu estava planejando. As palavras se perderam em algum lugar no espaço. Mas pensei que talvez Deus, ou algum de seus anjos, estivesse aqui do meu lado, me testando.

Nesse caso deu certo. Controlei minha irritabilidade. Agora, resta a parte mais desafiadora, e portanto, mais disciplinante: Praticar. Tentar controlar a insatisfação diante de algo que não deu certo na vida pessoal. Para ser mais clara, não levar a vida tão a sério. Não ser tão detalhista.

Por que temos sempre que seguir um plano? Não quero dizer que não podemos sonhar, ter objetivos. Mas que devemos ser menos duros e exigentes com nossos próprios desejos, nossos corações, nossas emoções. Nem sempre as coisas saem do jeito que queríamos, e isso não é um pretexto para ficarmos irritados, mas para ver o mundo com outro olhar. Quem sabe começar de novo e aprender o que talvez não teríamos aprendido se algo não saísse “errado”.

É uma batalha contra nós mesmos. Às vezes, contra determinados valores que os outros nos impuseram e que, na realidade, não nos fazem felizes. Os defeitos, as derrotas, é que nos tornam humanos. O que não quer dizer que podemos ser rudes com os outros, nem fazê-los sofrer. Temos todo o direito sim, de nos irritar com a corrupção, com a injustiça, com a forma de governo, enfim. Mas provocar a tristeza nos outros para satisfazer caprichos, é covardia.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Momentos de contemplação

“Precisamos ter consciência de cada minuto, saber aproveitá-lo naquilo que estamos fazendo ou apenas na contemplação da vida”. Li essa frase hoje num dos depoimentos do livro A Bruxa de Portobello, de Paulo Coelho. Fazia anos que não lia uma obra desse autor, mas o livro estava guardado em uma das minhas gavetas há tanto tempo...

Certa vez uma pessoa muito ligada a mim disse que não gostava desse autor. Não explicou por que. Odeio isso, mas ainda assim fiquei receosa. E como não se pode gostar ou criticar o que não conhecemos, resolvi dar vida ao livro esquecido e deixar de ser menos influenciável pela opinião alheia.

Não gostei do livro. Mas gostei de alguns trechos. Como sempre, os livros de Paulo Coelho são repletos de frases de otimismo, espirituais, que remetem à meditação. Talvez seja por isso que uma pessoa, que se diz toda racional e realista, não goste deles. O trecho que escolhi para “refletir” tem muito a ver com as técnicas inconscientes que utilizo para vir trabalhar.


Bem, nem tão inconscientes. A cada dia que passa me dou cada vez mais conta delas. É um processo natural. Afinal, muita gente que talvez não tenha o menor bom senso, ou o senso muito comum, se espanta com fato de uma mulher jovem viajar por terra e por mar, enfrentar ventos fortes e estradas cheias de poeira e buraco para trabalhar.

Procuro não me influenciar por essas pessoas. Procuro, mas isso não quer dizer que é fácil. Travo uma batalha contra mim mesma para não começar a pensar duas vezes e usar o bom senso. Principalmente porque a frase que mais ouço é “Você não tem medo?” ou “Ah, eu não sei como você aguenta!” Em determinados momentos preciso de controle para não me deixar influenciar por essas frases cheias de espanto e condenação.

Acredito que os momentos em que viajo são excelentes para a “contemplação da vida”. Poucos têm o privilégio de olhar o mar de perto todos os dias e tentar entender o que ele quer nos ensinar. Pode estar calmo e radiante como o olhar dos apaixonados tocado pela luz do sol, áspero como a pele de um idoso vista bem de perto, revolto como as pinceladas fortes de um pintor surrealista.

A capacidade de contemplar a natureza faz você esquecer o medo e o cansaço. Deve ser um exercício diário. E essa é a melhor maneira de enfrentar os desafios e transformar cada dia em um dia único. Por mais que as coisas sejam iguais.