sábado, 7 de agosto de 2010

A culpa é nossa

Sempre recebo e-mails do Biopsicólogo Luiz Antonio Silva , que é palestrante da PHAROL RH. Achei esse muito interessante, é sobre o sistema político. Mesmo que você já tenha decidido seus candidatos, dê uma lida.

“Eu vou responder como pensa João Ubaldo Ribeiro: a culpa é nossa. A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula é um manipulador. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada.

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não esteja no corrupto que foi o Collor, ou na farsa que vivemos hoje. Repito: o problema está em nós. Nós como povo! Nós como matéria prima de um país. Sabe porque?

Porque pertenço a um país onde a " esperteza" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar ou o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude, mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. [...]

Pertenço a um país onde as empresas privadas são "papelarias particulares" de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos.

[...] Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito, e se beneficiar da impunidade é ser inteligente. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

[...] Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ainda mais aos que trabalham, e beneficiar só a alguns poucos privilegiados e comparsas nas falcatruas.

[...] Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.

[...] Essa falta de qualidade humana, é muito mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, que nunca sabe de nada. Tudo isso é real e muito ruim, e entristece qualquer um que nasceu neste país! Porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós. Nascidos aqui, não em outra parte... Não é de ficar triste?

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como nação, aí a coisa muda... É o que está acontecendo com o bolsa-família, um programa que até agora é sinônimo de assistencialismo, sem estímulo à evolução da família beneficiada, aumentando ainda mais nossa "materia prima defeituosa". E quem não acreditar, faça como eu, vá para a fila do banco no dia em que eles recebem, e ficará pasmo com as conversas que ouvirá dos beneficiados.

[...] Li o texto original de João Ubaldo e guardei. Esperei o tempo passar. Hoje decidi homenagear a este que é um dos maiores escritores brasileiros e pedir que ele me perdoe por ter acrescentado mais alguns dados que neste período de campanha acontecem. Sou palestrante, trabalho com conscientização e treinamento na área comportamental, e minha luta e esperança é que o ser humano melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido com o momento que de eleições que está se iniciando.

[...] Neste fim de semana, quando o carro de som de algum político passar exaltando as qualidades do candidato, lembre-se deste texto”.

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