terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

     O sangue corre nas veias com tanta agitação que mais parece lava de vulcão prestes a emergir. Passando quente por todos os membros do corpo, provocando uma estranha inquietude. Dá impressão que a carne está sendo lentamente torturada por dentro, e a mente é conduzida ao limite entre a loucura e a sensatez.

     Sentir impotência diante da passagem do tempo é um tormento à mente dos viciados na correria diária, dos alienados com as histórias de bom emprego, sucesso, carreira bem sucedida...

    O ser humano, programado ao longo do crescimento para buscar sempre mais e aprimorar o conhecimento, passa a competir consigo mesmo quando a inocência começa a mostrar os primeiros sinais de falência. Incomodado, no fundo da consciência, com o fato de não conhecer a coisa mais insignificante, trabalha como se possuísse uma venda escura impedindo que a mente reflita sobre a real importância de saber sempre mais sobre o que não importa.

     A menor oportunidade de argumentar com o outro sobre a verídica necessidade de caminhar no mundo enxergando as mesmas coisas, configurado com valores diferentes, leva ao pensamento que, por mais que aja conflito de idéias, jamais se chegará a uma conclusão definitiva. Assim, ao taxar como loucura essa hipótese, o indivíduo acarreta sobre a matéria as consequências do temor de se questionar até que ponto o conhecimento pode influenciar no bem estar espiritual.

     Portanto, continuemos a batalhar silenciosamente com essa força viva que oxigena nossa carne, flui nossos sentidos, e nos faz acontecer. E quanto ao tempo, talvez alguém descubra as artimanhas aprontadas por ele ao manipular a existência. Mas quando isso ocorrer, muito provavelmente não será na prática, mas através de uma revelação divina.

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